Como antecipar o Burnout com sintomas comportamentais de alerta?

Já sabemos que as reações de todos ao esgotamento profissional não serão as mesmas e às vezes é muito difícil diferenciar um esgotamento em fase inicial de um esgotamento em fase avançada.

Existem sinais de alerta que nos permitem antecipar um pouco o esgotamento e assim tomar as medidas necessárias para evitar um quadro mais avançado de Burn Out de se formar! 

Tentamos agrupar aqui os males que anunciam esse esgotamento. Pegue seu café, chá ou água, se acomode e vamos nessa!

Inicialmente, um dos primeiros sinais de desenvolvimento de esgotamento seria dificuldade para dormir. Isso começaria justamente com dificuldade em adormecer, principalmente com pensamentos ansiosos com sua atividade profissional. 

Então, insônia ou despertares inesperados durante a noite que levam uma pessoa a tomar pílulas para dormir são considerados sintomas potenciais de esgotamento futuro.

O indivíduo vai acumulando um grande cansaço e aos poucos, outros transtornos físicos e mentais vão surgindo:

  • Problemas de pele
  • Dor crônica (dor cervical, tendinite, etc.)
  • Sentimento de tristeza
  • Aumento da ansiedade ou estresse
  • Reclamações relacionadas ao trabalho
  • Cinismo que cresce dia a dia
  • Perda de concentração

Essas emoções e estados físicos são dados comportamentais que ajudam a prevenir o esgotamento. Antes que os sintomas de esgotamento se tornem muito mais latentes, vamos começar criando um espaço de auto-observação?

Para isso, é importante conhecer as fases que geralmente levam ao esgotamento. Confira abaixo:

Fases do Burnout: Entendendo o Caminho do Esgotamento

O burnout é um processo e não acontece do dia pra noite. Ele se desenvolve em fases, e saber identificar cada uma delas pode ser o primeiro passo pra evitar um colapso total. Vamos lá?

1. Fase do Encantamento

Imagine o início de um novo emprego ou projeto. Tudo é novo, empolgante e você está cheio de energia. Você se dedica de corpo e alma, quer mostrar serviço e provar seu valor. Porém, essa dedicação extrema pode ser o começo de um problema, se não houver um equilíbrio.

É o entusiasmo pelo seu trabalho, investindo mais e mais de você apesar das dificuldades, com esse desejo de sermos importantes. O funcionário tem a impressão de que o que faz é útil e que é pago/recompensado de acordo com seus esforços.

Sinais:

  • Entusiasmo excessivo.
  • Alta motivação e energia.
  • Perfeccionismo e desejo de reconhecimento.

2. Fase da Estagnação

Com o tempo, o encanto começa a diminuir. As tarefas se tornam rotineiras e a realidade do trabalho diário se instala. A energia começa a baixar, e a satisfação com o trabalho pode diminuir.

A pessoa priorizará seu trabalho acima de tudo, esquecendo suas necessidades saudáveis ​​(esportes, atividades sociais) e negligenciando as pessoas próximas sem perceber.
Como resultado, as relações conjugais, familiares ou de amizade são prejudicadas.

Sinais:

  • Cansaço frequente.
  • Redução do entusiasmo inicial.
  • Sentimento de frustração.

3. Fase da Frustração

Aqui, a frustração toma conta. Você se sente sobrecarregado e desmotivado. As demandas parecem não parar e você começa a questionar sua capacidade e até o propósito do seu trabalho.

É mais compulsiva, com o ressurgimento dos aspectos negativos do trabalho: má gestão, muitas tarefas, incompetência dos colegas… O colaborador entra então numa espiral negativa onde o prazer desaparece totalmente diante da quantidade de trabalho que ele se impôs.

É claro que as consequências de suas ações para com as pessoas próximas a ele irão impactá-lo nesta fase, o que não ajudará em nada.

Sinais:

  • Irritabilidade e impaciência.
  • Dificuldade de concentração.
  • Sentimentos de incompetência.

4. Fase da Apatia

Essa é a fase crítica. O cansaço se torna extremo e o desinteresse pelo trabalho e por outras áreas da vida aumenta. As responsabilidades diárias parecem quase que insuportáveis.


Aqui, estamos caminhando para o esgotamento total. O indivíduo torna-se violento, ultra negativo e perde completamente o controle. Ele não é mais a mesma pessoa dos estágios 1 e 2 e apresentará todos os sintomas de burnout mencionados anteriormente.

Sinais:

  • Falta de energia para atividades diárias.
  • Distanciamento emocional do trabalho e das pessoas.
  • Desesperança e pessimismo.

5. Fase do Colapso

No estágio final, o esgotamento é completo. Pode ser necessário afastamento do trabalho para recuperação. A saúde física e mental está seriamente comprometida.

Sinais:

  • Exaustão física e mental.
  • Problemas de saúde graves.
  • Necessidade de afastamento para tratamento.

Agora, que já sabemos identificar essas fases, se você se percebeu em alguma delas, buscar ajuda é essencial. 

Se cuidar mais, observar os sinais e não hesitar em procurar um profissional de saúde se perceber que está avançando por essas etapas. 

Sua saúde vale mais que qualquer emprego! Combinado?

Fontes Bibliográficas

  1. Freudenberger, H. J. (1974). Staff burn-out. Journal of Social Issues, 30(1), 159-165.
    • O pioneiro Herbert Freudenberger foi o primeiro a descrever o burnout e suas fases.
  2. Maslach, C., & Leiter, M. P. (2016). Burnout. In Stress: Concepts, Cognition, Emotion, and Behavior (pp. 351-357).
    • Christina Maslach é uma das maiores pesquisadoras do burnout e oferece uma visão detalhada sobre suas fases e sintomas.
  3. Organização Mundial da Saúde (OMS). (2022). Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
    • A inclusão do burnout na CID-11 pela OMS destaca a seriedade do esgotamento profissional como uma condição reconhecida globalmente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *